06 dezembro 2009

confissão

Embora não nos apercebamos, o acto de confessar é muito importante para nós!
Vejamos onde se centra o que vou escrever, ou melhor o seu raciocinio lógico. Porque tudo tem uma lógica e porque tem graça o porquê das coisas...pelo menos as que conseguimos explicar.
Todos nós nos confessamos a nós próprios, fazemos os nossos juízos de valor e vamos colocando na prateleira separando o que é bom e o que é mau. Sentamo-nos diante de nós próprios e entre caras, expressões e emoções vamos falando connosco.
Há quem lhe chame falar com Deus, ou com alguém/algo surdo-mudo que apenas nos escuta dando-nos a liberdade a nós próprios de saber quando falar e o que dizer.
Atreveria-me a fazer uma comparação: Um Padre e um Psicólogo. E coloco o desafio de "Descubra as diferenças". Aparentemente nada têm a ver, mas em relação à sua função na sociedade são muito parecidos e esta é muito simples: Ouvir e saber ouvir.
Para o ser é estritamente necessário e não só suficiente, ter um perfil de bom ouvinte.
Muita gente nas igrejas havia, não só muita, como de várias idades, jovens quase que obrigados, senhoras velhotas quase que obrigadas, adultos quase que obrigados e o padre também lá estava quase obrigado. Todos com obrigações diferentes. Obrigação de seguir uma missão e de tornar a nossa vida boa, orbigação de agradecimento e obrigação em ser bom não só para nós mas também para os outros. Dedicação, não só a nós próprios como também aos outros. Confissão não só a nós próprios mas a necessidade de a partilhar com os outros.
E todos nós queremos partilhar, queremos conversar, queremo-nos abrir, queremos nos limpar, queremos estar bem, mas é outra conversa e que por não ser a "mesma", não pode ser com qualquer pessoa. Tem que ser alguém que tenha esse dom e nos desperte essa vontade.
É agora que as personagens principais entram em palco, o padre e o psicólogo e a necessidade de busca de um e de outro que apenas difere no tempo.
Antigamente todos íam à igreja, havia um momento de reflexão, silêncio, paz, introspecção e quem quisesse, a confissão. Não só era um momento para nós mas também para os outros. As familias íam juntas à missa, havia um ritual, uma obrigação de estar que por vezes era uma necessidade de ouvir e de meditar.
Agora o número de psicólogos é enorme, o número de quem os procura é assustador. Sente-se nas pessoas uma necessidade crescente em falar e ser ouvido. Em perceber o que é ou não normal, em ter alguém que tenha tempo para nos ouvir porque estas estão cada vez mais sozinhas, mais diferentes e por isso mais carentes. Poderia divagar muito mais e ir tocar em temas que hoje se levantam, mas agora foi apenas uma comparação.
E até penso que os psicólogos de hoje são os padres de antigamente.
MM

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