15 outubro 2009

To do anything…

Esta é de meados de Outubro...

Quando confrontados com uma panóplia vastíssima de profissões, ficamos aflitos e baralhados porque sabemos que provavelmente o que escolhermos agora vai sê-lo para a vida toda ou pelo menos grande parte dela. De uma forma geral, olhando de muito longe ou de muito alto, podemos distinguir dois grupos, as pessoas mais “normais” que escolhem um percurso mais “normal”, uma profissão “normal” e que por isso vão ter uma vida mais “normal. Depois temos aqueles menos “normais”, normalmente os mais “giros”, nem sempre com uma profissão mais “gira” mas pelo menos, menos “normal”…diferente!

É neste último grupo que se irão sentar as minhas próximas palavras, que provêm de um pensamento-minuto que me ocorreu quando estava eu “pessoa pertencente ao grupo mais normal” sentada em frente de uma pessoa menos “normal” que tentava com grande afinco dar-me um ar mais leve e “diferente”. Estava no Cabeleireiro.

Quantas vezes já não dissemos para alguém ou para o ar que “também éramos capazes”, “ah, que fácil”, “ assim também eu”, “Eu é que trabalho, isso é trabalhar?!”, “Fazia muito melhor”, “Boa vida…”

Vá não vale a pena contar porque vai ser tarefa complicada.

Isto tudo para dizer que em qualquer altura das nossas vidas, podemos virar cantoras, pintores, cabeleireiros, cozinheiros, estilistas, turistas, escritores, algo fora do “normal” daqueles devaneios mais “giros”. Faz parte da vida e faz bem ao espírito e à mente.

No entanto, o que me passou pela cabeça foi “porque é que dizemos sempre que queríamos ser tudo ou pelo menos ter “cheirinho”? é uma necessidade. Cansamo-nos de ser sempre nós, normais e assusta-nos o LP. E não é à toa que o fazemos nem sequer propositadamente. Somos assim, animais e como sabemos que o somos e que nos habituamos a qualquer coisa normal porque nos dá estabilidade, entramos num confronto connosco próprios. “To be or not to be”, já dizia Shakespeare.

Mais uma vez a tão presente “Cronic Insatisfaction”

Vou continuar a aprofundar a questão e quem sabe um diz não lhe/me saberei dar uma resposta.

Talvez seja só Viver…talvez não.
MM

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